
Lá fora a chuva teima em molhar tudo e com ela lavar as estradas, as sargetas; e quem por ela é mais descuidado. Aqui dentro vejo as suas gotas a escorrerem pelos vidros e o barulho que me chamou primeiro à atenção. Um novo dia desponta, e eu perdida nos lençois, sem vontade de me levantar, de me atrever lá fora. Quero o quentinho, o poder voltar a adormecer e esquecer o mundo mais um pouco. Hoje não me apetece trabalhar, não me apetece a rotina, o dizer e fazer o mesmo todos os dias. Vou esconder o rosto dentro das mantas, o sossego vai chegar novamente...
Mas a vida grita lá fora. Chama-me para o novo dia, quer esteja Sol ou não. Há que enfretá-lo, e ele está a desafiar-me, e eu não posso perder. Levanto-me de um salto, fico gelada, visto-me e meio ensonada saio do quarto. Olho pela janela da cozinha, com a chávena quente entre as mãos. Absorvo o seu calor que me aquece um pouco o meu coração frio. Um pouco de alento num novo amanhecer que se pretende agarrado com unhas e dentes; rumo ao amanhã, em que melhores e mais felizes dias virão...
Emocional ou racional?
Foto:
Um Ponto Azul
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